Nova York teve em sua história grandes incêndios que marcaram a gênese do urbanismo moderno. No incêndio de setembro de 1776, estima-se que o fogo que cruzou a cidade de oeste a norte tenha consumido entre 10% a 20% da sua estrutura, que era composta principalmente por madeira. Já no incêndio de março de 1911, mais de cem costureiras morreram pelo fogo, fumaça ou pela queda das janelas dos últimos andares do Asch Building, edifício onde funcionava a Triangle Company. A partir desses incêndios, foram adotadas novas normas e regras para segurança nas construções e uma nova legislação trabalhista, inclusive.
Museu do Fogo em NY
As fábricas
foram transferidas para as regiões de Midtown,
no Garment District, para se
enquadrarem nas leis de segurança e que, a propósito da contextualização
histórica, já não existem mais, uma vez que mão-de-obra barata está concentrada
agora na China, Bangladesh e Vietnã.
No The New York City Fire Museum (Museu
do Incêndio de Nova York), as gravuras da época dos incêndios, mostram o
desespero das pessoas e a dificuldade dos bombeiros com seus carros puxados a
cavalo, para alcançarem os andares mais altos dos edifícios.
Em
razão dos muitos incêndios, o charme imperfeito e o romantismo das escadas de
incêndio externas foram incorporados à arquitetura da cidade a partir de 1867. O
Código do Departamento de Bombeiros disciplina os usos das escadas e fiscaliza
para que os moradores não coloquem vasos, varais ou objetos decorativos que possam
obstruir o acesso ou causar acidentes. Em prédios com mais de cinco andares, as
escadas são pressurizadas no interior e as externas são utilizadas para fuga.
As escadas externas não chegam até o chão, para impedir o acesso de mal
intencionados.
As
escadas de incêndio tem um aspecto cultural, que remete a um passado doloroso e
ao mesmo tempo nostálgico, mas sobretudo, cumprem a função para a qual foram
instaladas. Já que ainda hoje, muitos incêndios acontecem por conta das
divisórias de madeira e dos muitos tecidos e revestimentos que aquecem o interior
dos apartamentos.
Notadamente,
a maioria dos filmes românticos ou de aventura rodados em Nova York (Friends,
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, Bonequinha de Luxo, Janela Indiscreta, para
citar alguns), mostram cenas nas sacadinhas e escadas
de incêndio.
O
Brasil tem um histórico diferente nessa área e não temos objetos românticos de
proteção nos nossos edifícios, mas temos algumas normas bastante eficientes,
como a NBR 9.077 – Saídas de emergência de edifícios, que normatiza as escadas
de incêndio. Ainda a NBR 10.898 – Sistema de iluminação de emergência; NBR 9.441
– Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio; NBR 12.693 – Sistemas de
proteção por extintores de incêndio; NBR 13.714 – Sistema de hidrantes e de
mangotinhos para combate a incêndios; NBR 10.897 – Proteção contra incêndios
por chuveiros automáticos; NBR 13.434 – Sinalização de segurança contra incêndio
e pânico, entre outras, que descrevem os procedimentos mais importantes para
segurança dos edifícios. Também e não menos importante, a legislação do Corpo
de Bombeiros com suas normas e procedimentos de prevenção e proteção de pessoas
e do patrimônio.
Os grandes
incêndios promoveram alterações na aparência dos edifícios, nas relações de
trabalho e ainda fizeram surgir os seguros para sinistros dessa natureza. Temos
exemplos de outros países e também e infelizmente, nossas próprias tragédias,
causadas pela desatenção dos profissionais às normas e pela falha na
fiscalização dos edifícios.
Grandes
incêndios na história do Brasil:
Edifício Andorinhas, RJ (1986) – 20 mortos
Edifício Andraus, SP (1972) – 16 mortos
Edifício Grande Avenida, SP (1981) – 17 mortos
Edifício Joelma, SP (1974) – 191 mortos
Canecão, BH (2001) – 7 mortos
Boate Kiss, RS (2013) – 242 mortos
Outros
grandes incêndios na história dos EUA:
NY (1835) – 530 edifícios
Pitsburgh (1845) – 1.100 edifícios
Saint Louis (porto – 1849) – 15 quarteirões
San Francisco (1851) – 2.500 edifícios
Chicago (1871) – 18.000 edifícios
Boston (1872) – 776 edifícios
Jacksonville (1901) – 1.700 edifícios
Baltimore (1904) – 80 quarteirões e 2300
edifícios
San Francisco (1906) – decorrente de
terremotos – 28.000 edifícios
Fonte
de consulta:
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