27 de ago. de 2013

Cidade Social: Arquitetura sustentável

O problema ambiental é mais grave e sistêmico que se possa resolver apenas através da arquitetura vernacular, mas qualquer bom projeto deve aproveitar as potencialidades do terreno, do entorno, do clima, da paisagem, da cultura e da família que irá habitar. Tudo que se sobrepõe ao espaço, camada por camada e principalmente, respeitar o que a natureza desenhou: inclinação, rocha aflorada, água subterrânea e árvores, para que a arquitetura seja mais que um passivo ambiental.

Nenhum processo se sustenta sozinho. Na construção civil ele se inicia no projeto e perdura por muitas fases até a conclusão e por muitos anos até o perecer do edifício. São muitos elos que se conectam para que a nova construção pertença ao espaço e dele usufrua, e são as formas de realização dessas ligações que irão definir o nível de impacto ambiental. Em síntese, um edifício convive com o entorno e quanto menor for o respeito pelo pré-existente, maior será o alcance dos problemas, que na mesma ordem afetarão a rua, a quadra, o bairro ou a cidade.

Afora os esforços para melhorar o aproveitamento das fontes de energias naturais (sol, água e vento), diminuir os impactos da produção de berço-a-berço e para normatizar e certificar produtos e processos na construção civil, ainda se carece de uma comunhão de interesses para resultados mais amplos e consistentes. Mas as tecnologias de mídias digitais vãos aos poucos refinando a comunicação entre as cidades através das pessoas, apressando a condição atual de cidade hi-tech para a condição ideal de cidade social. O acesso e disseminação da informação e a possibilidade de expressão de pessoas que anteriormente não tinham voz, tem poder de apressar soluções.

A palavra sustentabilidade está em quase todas as propagandas da televisão: na do banco que economiza papel não enviando extratos aos clientes; na universidade cujos alunos criam nos laboratórios novos usos para os equipamentos eletrônicos ultrapassados e anteriormente descartados; nos supermercados que deixarão de produzir e distribuir 7 milhões de sacolas plásticas ao ano; entre tantas outras. Está na imprensa falada, nos jornais e revistas, nos folders de propaganda, nos livros e nos discursos.

A internet faz eco de tudo que acontece tornando o mundo mais rapidamente consciente quando as coisas não vão bem. E ainda que os principais poluidores apontem mais para as benesses atualmente realizadas _ já que as ações de marketing trataram de converter as soluções sustentáveis em um sub-produto do produto que agrega valor ao mesmo_, não estamos vendados como em outras épocas.

 Essa nova condição da cidade socializada pela comunicação favorecerá a arquitetura polivalente, aquela que é capaz de proteger a família e também a natureza.

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